Professores e alunos na construção de um mundo melhor
Com
a chegada do terceiro milênio, práticas educativas mais firmes,
autoritárias e duras foram deixadas para trás, levando para a sala de
aula liberdade de expressão, de pensamento e abrindo espaços para o
diálogo, tanto entre alunos como entre alunos e professores.
O
conhecimento não é mais tido como algo pronto e acabado, dentro de um
determinado conteúdo, nem tampouco imposto pelo professor e tendo que
ser engolido pelos alunos. Pelo contrário, conhecimento hoje é a troca
de informações, pois, no âmbito escolar, aprender é compartilhar os
saberes que cada sujeito carrega consigo, das experiências anteriormente
vividas.
Além
disso, o professor deve ser aquele que estimula a curiosidade, é
questionador – não para humilhar o aluno e mostrar que ele é o detentor
do saber, mas para dar condições de o aluno refletir sobre os temas
abordados na sala de aula, levando-o às suas próprias descobertas.
Alguns
aspectos devem ser considerados para se avaliar o desempenho do
professor e se sua prática cotidiana tem plantado sementes para que seus
alunos colham bons frutos mais tarde.
A princípio, ajudar na construção de uma escola aberta, democrática,
pautada em uma gestão transparente, que vise atender aos interesses da
comunidade em que atende. Com isso, os estudantes percebem que a direção
da escola é aberta, comunicativa, que confia nos profissionais e nos
alunos, aprendendo que existem competências próprias de cada profissão, o
que garante a segurança futura.
O bom professor deve incentivar uma relação aberta entre escola e família,
pois a criança e o adolescente precisam desse contato para se sentirem
valorizados, além de perceberem que o processo educativo não é feito de
qualquer jeito, mas com contribuições dos dois lados.
Participar da construção do Projeto Político Pedagógico da escola é
outra forma de contribuir para a educação de qualidade. Se a escola
ainda não compartilhou o PPP, o professor deve solicitar à direção, pois
seu trabalho deve seguir o disposto na lei que rege a instituição. É
importante abrir espaços para discutir o respectivo projeto, a fim de
identificar possíveis erros ou não, mas visando melhor qualificação
profissional.
Muito
se vê falar em exercício da cidadania, pouco se faz para garantir que
as próprias crianças sejam, desde já, cidadãs comprometidas com a
formação de um mundo mais justo e melhor.
Nas práticas de sala de aula, o bom professor deve estimular os alunos a exercitarem a cidadania,
levando-os a agir de forma correta, pensando nas consequências de seus
atos, sendo responsáveis com a vida no planeta, com a preservação do
meio ambiente, com a educação e o respeito na vida cotidiana,
valorizando a pluralidade cultural, tendo controle sobre sua liberdade,
preocupando-se com o bem-estar do outro e do meio político e social em
que vive.
Quando se trabalha exercitando a cidadania, promove-se valores que ajudam o educando a se aprimorar enquanto pessoa.
Com isso, desmistificar que a educação serve para classificar, e sim
para formar um sujeito que identifique que as relações do mundo são
pautadas em sentimentos, sejam eles bons ou ruins; em dúvidas ou
certezas, em inquietações próprias do ser humano que devem ser
valorizadas.
Dentro disso, podemos destacar valores humanos que devem ser estimulados no contexto escolar, como a tolerância, a solidariedade, o respeito às diversidades, sejam elas culturais, pessoais ou sociais.
O bom professor é aquele que não se preocupa em ser conteúdista, mas que promove a circulação do conhecimento, que aguça a curiosidade, que proporciona a reflexão,
abrindo espaço para o diálogo saudável, para a troca de informações,
propondo que cada sujeito envolvido no processo deixe sua opinião – as
informações que já tem sobre algum assunto. E deve permitir que o lúdico faça parte das atividades rotineiras da sala de aula, pois se aprende muito mais através da brincadeira, da diversão e do prazer.
Com isso, permite-se que os alunos cresçam como pessoas e como profissionais.
Que sintam as necessidades do mundo, de que somos responsáveis para que
tudo corra bem, para que as coisas aconteçam de forma organizada e
planejada, visando o crescimento social do país.
Dessa
forma, ensina-se que a educação e a formação estão voltadas para o lado
profissional sim, mas também para o lado social, humanista, e que no
exercício da profissão, os professores terão que ser responsáveis para
progredir no mundo do trabalho.
Texto elaborado pela pedagoga Jussara de Barros, da Equipe Brasil Escola.