O encontro aconteceu no dia 19 de setembro, no Centro de Convenções de Curitiba O evento contou com a presença de profissionais das unidades da Rede Municipal de Educação e Ensino e de vários segmentos da sociedade. Miguel Arroyo é Professor Titular Emérito da Faculdade de Educação da UFMG e ex-Secretário Municipal Adjunto de Educação da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
O professor iniciou a palestra indagando a plateia sobre quais significados podem ter o aumento de tempo na escola. Segundo Arroyo, para as crianças de famílias dos setores populares, aumentar o tempo na escola é ampliar o que para elas é escasso. “Hoje as próprias famílias querem seus filhos mais tempo na escola e há uma procura maior da educação com a precarização do direito à infância”, complementa.
Arroyo evidencia que hoje a infância esta desprotegida com a saída das mulheres para o mercado de trabalho, com tudo isso se exige mais tempo de proteção e aí entra a escola integral. Salienta que a sociedade não pode condenar o tempo da infância, que a infância precisa da escola: para viver o tempo da infância; para ter espaços dignos e para proteção e cuidado.
Arroyo afirma que hoje as camadas populares da sociedade não são mais as mesmas de tempos atrás; hoje elas têm consciência do seu direito à educação, e que não adianta ser oferecido a elas mais tempo da “mesma escola”, “não existe vantagem em garantir mais educação do mesmo tipo de educação” evidencia.
Para o professor Arroyo, para muitas crianças, o tempo de escola é muito pesado e significa repetência, evasão, uma carga a mais do que já fazem no primeiro turno.
E completou que se a sociedade quer dar conta dessa infância, terá que repensar a forma de ver a infância, elaborando propostas pedagógicas não negativas, propostas que colocam as ênfases no ser humano, partindo sempre de uma visão positiva dos setores populares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário