sexta-feira, 1 de julho de 2011

Terceiro dia do Ciclo de Palestras Preparatórias para a I Conferência Municipal de Educação discute o Tema “Inclusão e Diversidade”


O terceiro dia do Ciclo de Palestras Preparatórias para a I Conferência Municipal de Educação aconteceu no dia 28 de junho e teve como tema Inclusão e Diversidade. Foram três palestrantes que discutiram o tema: Paulo Vinícius Baptista da Silva, professor do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Paraná (NEAB-UFPR), falou sobre a educação e as relações étnico-raciais no Brasil; Toni Reis, consultor do Centro Paranaense da Cidadania e doutorando em Educação na área de Educação Sexual, que abordou a educação sexual nas escolas, gênero e diversidade; e Ronaldo Vadson Schwantes, diretor da Escola Municipal de Educação Especial Helena Wladimirna Antipoff e membro do Conselho Municipal de Educação de Curitiba, que apresentou a questão da Inclusão e suas implicações no contexto educacional.

O professor Paulo Vinícius Baptista da Silva iniciou a palestra citando a educação e as relações étnico-raciais no Brasil; discorreu sobre o conceito de raça como “construção social”, pois, baseados na ideia de “raça” determinados grupos têm, sistematicamente, acesso negado a bens materiais e bens simbólicos. Explicou que, no Brasil, são três os grupos tratados como “raça”: negros (as); indígenas; ciganos. Pesquisas brasileiras sobre educação e relações étnico-raciais demonstram que nas escolas brasileiras são frequentes formas explícitas e implícitas de discriminação racial. Segundo o professor Paulo, nosso olhar é marcado pela hierarquização, em função disso o combate sistemático ao racismo é fundamental.

Uma das pesquisas apresentadas pelo palestrante Toni Reis sobre “Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar”, foi realizada em 2009 pelo Ministério da Educação em conjunto com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP e a Fipe, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. A pesquisa mostra que os estudantes são as maiores vítimas das práticas discriminatórias no ambiente escolar, seguidos dos profissionais de educação. A ocorrência de preconceito e discriminação em relação a uma área temática, em geral, não se dá de maneira isolada. As escolas que apresentaram pontuação mais elevada de preconceito e práticas discriminatórias tendem a apresentar médias menores para as avaliações da Prova Brasil.
Um outro ponto, bastante enfatizado por Toni Reis, foi a questão das conseqüências da homofobia na escola, citando entre elas: dificuldade da inserção no mercado de trabalho; desumanização e promoção de insegurança, isolamento e vulnerabilidade; bullying; fonte geradora e alimentadora de outras formas de preconceito, discriminação, violência; comprometimento da inclusão educacional e da qualidade do ensino; dificuldade na aprendizagem / rendimento; condução à evasão e ao abandono escolar.

O professor Ronaldo Vadson Schwantes salientou o fato de vivermos numa sociedade que ameniza as desigualdades para evitar os conflitos sociais. Destacou um dado, de agosto de 2009, apresentado pelo gabinete do então senador Flávio Arns, que diz que apenas 8,25% do total da população escolar com deficiência tiveram sua matrícula efetivada na rede escolar.
Para o professor Ronaldo o grande desafio de hoje é traduzir o desenvolvimento econômico em progresso social e o progresso social em desenvolvimento econômico.     

As duas palestras que foram adiadas por motivos pessoais dos palestrantes convidados serão remarcadas e divulgadas oportunamente.
As palestras adiadas foram:
Do dia 20 de junho, palestra sobre o tema “Formação e valorização dos profissionais da educação”, com a professora Iria Brzezinski e, a do dia 29 de junho, palestra sobre o tema “Educação integral”, com o professor Miguel Arroyo.

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